Tablet cresce e domina 28% da venda de produtos de informática
Os preços baixos e uma variedade maior de
tablets no mercado brasileiro elevaram as vendas desse tipo de eletrônico nos
três primeiros meses do ano. Os aparelhos já representam 27,6% dos itens de
informática vendidos no Brasil, em unidades. No ano passado, os aparelhos
tinham 11,5% do mercado. Em contrapartida, notebooks e computadores de mesa
(desktops) continuam perdendo a preferência dos consumidores.
De acordo com números divulgados na quarta-feira,
05, pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e
pela consultoria IDC, as vendas de tablets avançaram 164% no primeiro
trimestre, comparado ao mesmo período de 2012. Ao todo, 1,3 milhão de unidades
foram vendidas.
Enquanto isso, as vendas de notebooks e
desktops tiveram queda de 8,1%, o que revela que a tendência mundial na redução
do setor também está sendo verificada no País.
Os desktops são a categoria que mais tem
sentido os efeitos da mudança no perfil de consumo de itens de informática.
Segundo o levantamento, as vendas dos PCs de mesa recuaram 10,9%, para 1,5
milhão de unidades. Hoje os desktops são 32,9% do mercado. Já os notebooks
tiveram uma queda menor, de 9%, para 1,9 milhão de unidades, o que dá à categoria
39,5% das vendas.
Para o diretor da área de informática da
Abinee, Hugo Valério, a redução na venda de computadores deve se estabilizar no
futuro. "Não sei se seria ainda neste ano, mas a gente vai observar uma
mudança nesse comportamento nos próximos trimestres, com tablets crescendo um
pouco menos e os notebooks também apresentando uma modificação nessa
tendência", disse.
Valério afirma que o mercado pode crescer entre
9% e 10% neste ano sobre os 12,7 milhões de unidades vendidas em 2012. A alta
deve ser puxada principalmente pelos tablets. O faturamento, no entanto, deve
ter um crescimento menor, afetado pela queda nos preços e a valorização do
dólar, que afeta o custo dos componentes importados. "O crescimento no
faturamento tende a ser um pouco menor do que o de unidades, por volta de
8%", disse.
ATRATIVOS
Por permitir uma mobilidade maior e facilitar o
uso para lazer, como entrar em redes sociais e ver vídeos, os tablets têm
atraído cada vez mais consumidores brasileiros. A variedade de modelos oferecida
por novos fabricantes no setor tem se refletido em preços menores, o que também
ajuda a impulsionar as vendas.
O diretor de pesquisas da consultoria IT Data,
Ivair Rodrigues, aponta que é essa oferta que tem feito o consumidor optar por
tablets em vez de computadores tradicionais, que são mais caros e não oferecem
as mesmas vantagens. "O mercado está crescendo, mas são os produtos bem
baratos e bem simples que estão vendendo", afirma. Segundo ele, os tablets
abaixo de R$ 500 já são 65% do mercado. O IT Data estima que 8,8 milhões de
tablets serão vendidos este ano no País, 186% a mais do que em 2012.
O valor está bem abaixo do que os preços de
modelos mais avançados da Samsung e da Apple. Ambas empresas têm 57,% do
mercado mundial, segundo o IDC. Um iPad, da Apple, e um Galaxy Tab 2, da
Samsung, não custam menos do que R$ 1.500 no País.
Para o Rodrigues, isso mostra que a situação no
Brasil tem se diferenciado dos mercados norte-americanos e europeus, com o
predomínio de tablets mais baratos.
O diretor de Telecom da Nielsen, Thiago
Moreira, diz que muitos dos consumidores que compram seu primeiro item de
informática já optam pelos portáteis. "A pessoa que já tem computador não
deixa de comprar outro aparelho por causa do tablet, mas os novos acessos já
estão começando pelos tablets."
Fonte Estadão
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